Alfabetização baseada em evidências é aquela que aplica procedimentos e recursos que foram testados cientificamente no ensino da leitura e da escrita e se mostraram eficazes (CHRISTOPHE et al, 2015).
As evidências podem ser obtidas de diferentes formas e terem maior ou menor confiabilidade. Dessa forma, recomenda-se sempre o respaldo em evidências científicas, originadas a partir de estudos pautados em métodos que podem ser replicados (SARGIANI, 2022).
Atualmente, entende-se que uma Educação baseada em evidências é aquela que considera e usa os conhecimentos originados nas pesquisas científicas para fundamentar as boas práticas em sala de aula (ORSATI et al., 2015).
Na literatura internacional, a investigação sobre as melhores práticas (best practices) em Educação tem merecido cada vez mais atenção. Nos Estados Unidos, por exemplo, as evidências científicas têm embasado as decisões governamentais, como na implementação do programa “No Child Left Behind” (UNITED STATES OF AMERICA, 2002). Na descrição dessa lei, há a obrigatoriedade de se tomar decisões de investimento somente nas atividades educacionais que apresentem resultados baseados em evidência científica. No Brasil, porém, o tema ainda não recebe o mesmo destaque.
O movimento pela prática baseada em evidências teve início no campo da Medicina na década de 1980 e, em seguida, influenciou outras áreas, como a Educação, demonstrando que a prática dos professores poderia ser melhorada se eles conhecessem mais os resultados das pesquisas sobre o assunto. Da mesma forma, verificou-se que as pesquisas em Educação deveriam se preocupar mais com a sua utilidade prática em sala de aula e com o seu impacto para as políticas públicas (ORSATI et al., 2015).
É importante esclarecer que basear a alfabetização em evidências de pesquisas não significa impor um método. A proposta dentro dessa perspectiva é que programas, orientações curriculares e práticas de alfabetização sempre considerem e priorizem os achados mais significativos das pesquisas científicas (SARGIANI, 2022).
Os profissionais da Educação podem participar do movimento da Educação baseada em evidências de duas formas. A primeira é utilizando pesquisas relevantes para dar suporte à sua prática em sala de aula. A segunda é participando efetivamente no desenvolvimento de pesquisas, que contribuirão para novas descobertas na área.
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Referências
CHRISTOPHE, M. et al. Educação baseada em evidências: como saber o que funciona em educação. Brasília: Instituto Alfa e Beto, 2015.
ORSATI, F. T. et al. Práticas para a sala de aula baseadas em evidências. São Paulo: Memnon, 2015.
SARGIANI, R. Alfabetização baseada em evidências: como a ciência cognitiva da leitura contribui para as práticas e políticas educacionais de literacia. In: SARGIANI, R. (org). Alfabetização baseada em evidências: da ciência à sala de aula. Porto Alegre: Penso, 2022. p. 1-43.
UNITED STATES OF AMERICA. No children left behind act. U.S. Department of Education. Washington DC, 2002.
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