A Ciência Cognitiva da Leitura é um campo de estudo que tem por objetivo entender melhor como funcionam os processos linguísticos, cognitivos e cerebrais envolvidos na aprendizagem e no ensino das habilidades de leitura e de escrita. Essa Ciência tem nos mostrado as modificações que acontecem no cérebro quando alguém aprende a ler e quais circuitos cerebrais são usados durante a leitura por um leitor competente. Portanto, as pesquisas nessa área nos ajudam a ter conhecimentos mais precisos sobre como a alfabetização acontece e o que podemos fazer enquanto professores para que esse processo se torne mais eficiente e assertivo (MALUF, 2015; MORAIS, 2013).

A Ciência da Leitura é composta por um conjunto de evidências científicas de diferentes áreas, como a Psicologia e as Neurociências. Pesquisas neste campo têm mostrado que o trabalho contínuo com letras, fonemas, sílabas e palavras leva a criança a compreender como funciona o sistema de escrita (MALUF, 2015; MORAIS, 2013).

Durante muito tempo, os professores não tiveram o suporte da Ciência para ensinar a ler e escrever. A Ciência Cognitiva da Leitura existe como área de pesquisa há cerca de 40 anos, mas nos últimos 20 anos, graças às novas tecnologias de imagens cerebrais, os cientistas têm conseguido revelar o funcionamento do cérebro durante a aprendizagem da leitura e da escrita.

Atualmente, com o uso da ressonância magnética funcional, por exemplo, em apenas alguns minutos é possível visualizar quais regiões cerebrais são ativadas quando reconhecemos uma palavra escrita. Assim, foi possível desenvolver uma teoria da leitura, a qual descreve como os circuitos cerebrais que já nascem conosco são adaptados para a leitura (MORAIS, 2013; MALUF, 2015; DEHAENE, 2012).

A partir das pesquisas realizadas nessa área, a Ciência Cognitiva da Leitura descobriu que a aprendizagem da leitura e da escrita não é natural, nem espontânea. Nosso cérebro não é feito para a leitura, mas ele se reorganiza para realizar essa trabalhosa tarefa. Por isso, a aprendizagem da linguagem escrita não segue o mesmo caminho da aquisição da linguagem oral. Trata-se de aprendizagens diferentes. Para que uma pessoa aprenda a ler e escrever, necessariamente alguém precisa ensiná-la. Quanto mais explícito e sistemático for esse ensino, mais eficiente ele será (MORAIS, 2013; DEHAENE, 2012).

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Referências

DEHAENE, S. Os neurônios da leitura. Porto Alegre: Penso, 2012.

MALUF, M. R. Ensinar a ler: Progressos da Psicologia no século XXI. Boletim – Academia Paulista de Psicologia, v. 35, p. 309-324, 2015.

MORAIS, J. Criar leitores: para professores e educadores. Barueri: Manole, 2013.